terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sucesso e reconhecimento dos que superaram o Bullyng

Michael Phelps:

        Na 7ª série o nadador Phelps foi diagnosticado com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade(TDAH) e precisou usar medicamentos por longo tempo. As reclamações dos professores sobre o seu comportamento eram frequentes: ele não prestava atenção nas aulas, não parava quieto e não fazia  os deveres escolares. Uma das professoras chegou a dizer que ele jamais seria bem-sucedido porque não era capaz de se concentrar. Esses episódios fizeram com que Phelps sofresse bullyng por anos consecutivos. Ele também era humilhado frequentemente por ser muito alto, magro, desengonçado e por suas orelhas grandes. Já jogaram seu boné de beisebol pela janela do ônibus e mergulharam sua cabeça na privada.
        Michael encontrou na natação uma forma de se refugiar e direcionar seu foco.  Em certa entrevista à revista US Magazine, declarou que o bullyng e as adversidades fizeram com que ele se fortalecesse e batalhasse mais. "Michael pode não ter sido capaz de se concentarr na escola, mas vi nele uma paixão em nadar desde muito cedo", revela sua irmã.
        UM GAROTO QUE ERA INTIMIDADO E AGREDIDO POR VALENTÕES NA ESCOLA HOJE É O MAIOR FENÔMENO DA NATAÇÃO MUNDIAL, UM "SUPER-HOMEM" DAS PISCINAS, QUE ARRASTA UMA MULTIDÃO DE FÃS EM TODO O MUNDO.

Tom Cruise:


        Por causa da profissão de seu pai, Tom Cruise passou a infância mudando de cidade.Em 12 anos, estudou em 15 escolas diferentes. Aos 7 anos, por apresentar grandes dificuldades de leitura e necessitar de aulas de reforço, Cruise foi diagnosticado com dislexia por um psiquiatrada própria escola. Ele foi rotulado e estigmatizado.
        Cruise considerado baixo para sua idade e disléxico, era um alvo fácil de ataques de bullyng. Por diversas vezes, na escola, foi intimidado e empurrado por valentões bem maiores do que ele. Isso fazia seu coração disparar e tinha vontade de vomitar. Sentia-se excluido, sozinho e ansiava ser aceito. "Eu não tinha um amigo mais próximo, alguém com que eu pudesse confiar. Eu era sempre uma criança recém-chegada, com o sapato errado, com o sotaque errado", declarou à revista Parade, em setembro de 2006. Sem muita definição na vida, Cruise resolveu ser padre e após meses de estudo, Tom Cruise seguiu para Nova Jersey, onde iniciou os estudos de interpretação e descobriu seu grande talento para a arte dramática. Ser atoréra sua vocação.
        Sobre sua infância e os traumas do passado, Tom diz: "PESSOAS PODEM CRIAR SUAS PRÓPRAS VIDAS. eU VI COMO MINHA MÃE LUTOU E POSSIBILITOU  A NOSSA SOBREVIVÊNCIA. DECIDI QUE IRIA CRIAR A PESSOA QUE EU SERIA, NÃO AQUELA QUE OS OUTROS GOSTARIAM QUE EU FOSSE".

Madonna:

Madonna perdeu a mãe muito cedo vítima de um câncer de mama aos 30 anos. A lembrança agonizante de sua mãe em seus últimos dias de vida, associada ao novo casamento de seu pai com a ex empregada da família, determinaram uma uma relação de amor e ódio com a figura paterna e uma adolescente rebelde.
        Lutando contra as regras impostas pela sua madrasta, Madonna transformou suas roupas conservadoras em ousadas e rejeitou seu histórico religioso. Em plena década de 70, quando o mundo passava por mudanças expressivas em seus conceitos e o movimento Flower Power era símbolo da não violência e de repùdio à Guerra do Vietnã, Madonna foi alvo de bullyng por ser considerada estranha e inadequada pelos colegas da escola. "Eu não era hippie ou fã de Rolling Stones, então acabei me tornando esquisita" disse à revista Vanity Fair, em 2008. Por isso quando as agressões ocorriam, ao invés de se intimidar, enfatizava mais suas diferenças. Revidava não depilando as axilas e pernas, recusava-se a usar maquiagem, etc. Jamais se curvou ou deixou de expressar sua maneira peculiar de ser. Foi ótima aluna, líder de torcida e uma dançarina disciplinada.
        Após sua formatura, Madonna estudou com grandes nomes da dança na cidade de Nova York, aprendeu a tocar guitarra e bateria e se consagrou cantora, quando lançou "Everybody".

        Outros famosos como David Beckham, Steven Spielberg e Bill Clinton também sofreram agressões por parte dos colegas de escola na infância.
        As personalidades descritas nos encantam com suas músicas, performances, shows, filmes, ditam comportamentos e movimentam o mundo. São talentos indiscutíveis.
        Mas nem sempre a vida de tais pessoas foi um mar de rosas. Durante a jornada estudantil muitas foram vítimas de Bullyng, mas felizmente superaram traumas e dificuldades, com seu desejo de poder ver o mundo por um ângulo diferente. É possivel que, hoje, não sintam a amargura de um passado nada generoso, mas sim algo que as faz vibrar e se orgulhar da própria exixtência.  

Os protagonistas do Bullying escolar

I) AS VÍTIMAS

Vítima típica:

Alunos com pouca habilidade de socialização. Em geral são tímidas ou reservadas, e não conseguem reagir aos comportamentos provocantes e agressivos dirigidos contra elas. Normalmente são mais frágeis fisicamente ou apresentam alguma "marca" que as destaca da maioria dos alunos: são gordinhas ou magras demais; altas ou baixas demais; usam óculos; deficientes físicos; apresentam sardas ou manchas na pele, orelhas e nariz um pouco mais destacados , usam roupas fora de moda ou orientação sexual diferentes.

Vítima provocadora:

São aquelas capazes de provocar em seus colegas reações agressivas  contra si mesmas. No entanto, não conseguem responder aos revides de forma satisfatória. Elas, em geral, discutem ou brigam quando são atacadas ou insultadas. Nesse grupo geralmente encontramos as crianças ou adolescentes hiperativos e impulsivos ou imaturos, que criam um ambiente tenso na escola. Sem perceberem , as vítimas "dão tiro nos pés" chamando a atenção dos agressores. Estes se aproveitam da situação para  desviar a atenção para a vítima provocadora, assim os verdadeiros agressores continuam incógnitos  em suas táticas de perseguição.

OS AGRESSORES:

Podem ser de ambos os sexos. Possuem em sua personalidade traços de desrespeito e maldade e, na maioria das vezes, essas características estão associadas a um perigoso poder de liderança que, em geral, é obtido através da força física ou de intenso assédio psicológico. Quando está acompanhado de seus "seguidores", seu poder de "destruição" ganha reforço exponencial, o que amplia deu território de acção e sua capacidadde de produzir novas vítimas.

OS ESPECTADORES:

Os espectadores representam a maioria dos alunos de uma escola. Eles não sofrem e nem praticam bullying, mas sofrem as suas consequeências, por presenciarem constantemente as situações de constrangimento vivenciadas pelas vótimas. Muitos espectadoresrepudiam as ações dos agressores, mas nada fazem para intervir. Outros as apóiam e incentivam dando risadas, consentindo com as agressões. Outros fingem se divertir com o sofrimento das vítimas, como estratégia de defesa. Esse comportamento é adotado como forma de proteção, pois temem tornar-se as próximas vítimas.

Bullying x Estigma: onde a evolução parou?

Bullying é uma forma que algumas pessoas usam para tentar afirmar seu poder, sua presença, sua autoridade, mesmo que ela não exista, fazendo uso de atitudes agressivas, que podem ser intencionais e até mesmo repetidas. Muitas vezes ocorrem sem uma motivação evidente e pode causar dor, angústia, medo, ansiedade e outros sentimentos na pessoa que está sofrendo tais agressões. Tais agressões não são somente físicas, mas também psicológicas. E esta última pode deixar traumas difíceis de serem superados por aqueles que o trazem consigo. O local mais conhecido de ocorrência do bullying é na escola. É lá que desde crianças temos contato com uma versão do mundo. É lá que entramos em contato com uma pequena amostra da sociedade. Passamos a conviver diariamente com pessoas até então desconhecidas, na maioria dos casos, e as características que são peculiares de cada um são claramente percebidas por todos. Só que a questão está nas formas de reação perante a tais características, sejam elas físicas ou morais. O praticante do “Bullying Psicológico” utiliza-se de um conceito muito discutido por Goffman, que é o de Estigma, ou seja, uma rotulação social, uma capa de conceitos pré-formulados que é jogada sobre certa pessoa. Dessa forma o indivíduo não é visto como uma criatura “total e comum”, mas como uma figura estragada e diminuída. Para ficar mais claro, estigma, é uma relação entre a maneira como padronizamos um indivíduo (estereótipo) e aquilo que ele realmente é (atributo).

 Essa relação bullying x estigma ocorre nas mais variadas instituições sociais. Para ilustrar melhor tal relação vamos exemplificar:

NA ESCOLA: Uma criança com alguma deficiência física é caçoada por algumas outras crianças. Os agressores começam a rotulá-la de aleijada (deficiência física), demente (deficiência mental) e outros mais. Tudo isso pode ter conseqüências desastrosas na vida dessa criança e esta muitas vezes procura isolar-se ou procurar lugares onde aqueles que a rodeiam a entendam ou sejam semelhantes a ela. 

NO TRABALHO: Um dos funcionários de uma empresa é judeu e possui os costumes da sua religião bem preservados. Alguns dos colegas de profissão começam então a debochar dos seus costumes e o ridicularizam na frente dos demais. Como uma pessoa que sofre tal agressão pode sair ilesa dessa situação? As feridas sofridas certamente deixarão cicatrizes que serão como lembranças castigadoras.

 Onde está a tão evoluída razão do homem? Até onde evoluímos? Onde paramos? A prática bullying é a prova concreta de que ainda há ainda muito para   e V O L U I R