quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Tentando superar os traumas...

Felipe, um garoto tímido e reservado de 15 anos, estudava em um conceituado colégio em São Paulo, no bairro de Morumbi. Sempre foi um aluno exemplar: cumpria sem procrastinações seus afazeres estudantis, nunca ficou em recuperação e passava nas provas com notas excelentes. Os professores sempre relatavam que Felipe era um garoto brilhante e com um belo futoro pela frente. No entanto, um grupinho de alunos "da pá virada" passou a discriminá-lo e importuná-lo sistematicamente. Na frente de todos, ele era alvo de chacotas e apelidado de CDF, puxa-saco de professores, nerd, e esquisitão.
Certa vez, o garoto foi agarrado e agredido fisicamente no banheiro da escola. Imobilizado e com a boca tapada, levou vários chutes no estômago e nas pernas, o que foi testemunhado por muitos colegas. Seus agressores impuseram silêncio: "Fique quieto, senão a gente arranca a tua língua", disse o mais valentão. Quem assistiu a tudo nada fez. Quem viu, fingiu não ver. Felipe, por algum tempo, ficou alí, estirado no chão, indefeso, desmoralizado, sem poder contar com o apoio e a solidariedade de ninguém.
O adolescente passou a ter verdadeiro pavor do grupo e, dali em diante, frequentar as aulas se tornou um grande inferno. Os autores do ataqueolhavam para Felipe com ar de ameaças e cochichavam entre si. Agora a classe toda já fazia piadinhas infames sobre aquele "fracote", que apanhara junto às latrinas de um sanitário.
Cada vez mais excluído, cabisbaixo e acuado, ele pediu a seus pais que o trocassem de escola. Com um misto de medo e vergonha, não disse o porquê. Eles não aceitaram e tampouco entenderam; afinal, a escola era excelente e seu filho um ótimo aluno.
Felipe passou a matar aula, ir a shoppings, inventar doenças, andar a esmo. Tudo isso como forma de fuga para não enfrenatr o horror que estava vivenciando. Suas notas despencaram, as faltas eram constantese  estava á beira de ser reprovado. O que será que estava acontecendo com aquele inteligênte e talentoso aluno? Drogas? Problemas domésticos? Nada disso, Felipe era uma vítima de bullyng escolar.
Sem suportar mais as pressões advindas de todos os lados e já sem forças, o menino relatou aos pais suas experiências dramáticas. Os professores, a diretorada escola e os pais de Felipe fizeram várias reuniões. Ninguém chegou a qualquer conclusão plausível: os pais acusavam a instituição, e esta jogava toda a responsabilidade sobre a cabeça do adolescente e de seus familiares. Os pais de Felipe, sem saber muito bem como proceder diante de tamanha omissão, trocou o filho de colégio.
Hoje ele está em terapia, tentando superar seus traumas, seus medos e sua dificuldade de se relacionar com qualquer pessoa.

4 comentários:

  1. Adoreei esse texto! Muito bom esse blog... tá de parabéns!!!!

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  2. Passei por uma situação semelhante mas hoje, assim como felipe, já me recuperei. Também tive que passar por algumas seções de terapia. Gostei da forma como trataram este problema tão comum hoje em dia, com certeza ajudará pessoas que sofrem ou cometem esse crime!

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  3. o legal de ler tudo isso é saber que a cada dia essa atitude esta sendo cada vez mais divulgada e denunciada, é legal saber também que tem como se tratar e superar todos os traumas e assim conviver harmonicamente em um bom ambiente escolar.

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  4. Isso é mais comum do que se imagina

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